quinta-feira, 7 de março de 2013

SERENDIPIDADE


É no desconhecido que desbravamos o mundo... o caminho que se faz ao andar é cheio de liberdade... e quando estamos abertos ao acaso aprendemos muito mais...
Que palavra enorme. Talvez nem todo mundo tenha ouvido falar, mas com certeza já experimentaram esse fenômeno...
Quem nunca se deparou com um imprevisto, alguém ou uma informação nova no meio de um caminho que aparentemente tinha outro objetivo? Você se propõe navegar pela internet e pesquisar sobre um determinado assunto, e entre links, blogs, anúncios, eis que surge uma imagem que lhe chama a atenção e ao desviar rapidamente do seu curso original você descobre um blog de um pintor por quem você se encanta... e percebe que a obra dele de alguma forma complementa a sua pesquisa e que você nunca teria pensado em ir por aquele caminho, não fosse o acaso...
É disso que se trata a serendipidade: uma sequência de felizes acasos. Mais do que isso, estar aberto e aprender com essas interferências, compreender que ao nos focarmos em um objetivos acabamos por ‘atrair’ situações que estejam na mesma sintonia.
A história está cheia de exemplos desses fenômenos, na ciência principalmente. Vejam o caso de Pedro Álvares Cabral e a descoberta casual de um novo continente.
Essa palavra enorme ‘serendipidade’ vem de antiga história persa, Os Três Príncipes de Serendip, de origem árabe (Sarandip) que atribui o nome do Ceilão ou Sri Lanka. A história narrava as aventuras de três príncipes em uma longa jornada, enviados por seu pai, para que pudesse adquirir mais experiências de vida antes de decidirem quem assumiria o trono. Nessa jornada os três deparam-se com inúmeras situações acidentais em que puderam comprovam sua sagacidade e desenvolver a capacidade de lidar com o inusitado e aprender coisas novas. No entanto, o termo é mais conhecido como Serendipity e passou a ser usado com esse significado em 1754 pelo escritor inglês Horace Walpole.
Seria essa a verdadeira arte da articulação? Narrativas? Tornar-se um canal receptivo para que as intervenções possam acontecer, para que se possa tirar bom proveito do imprevisto, para que nossa sintonia possa atrair situações positivas e úteis em nossas jornadas sempre intrincadas e descentradas.
Nossa inteligência humana e emocional é tão importante quando a inteligência intelectual, como orientá-la a estudar e pesquisar melhor? Esse processo intuitivo precisa ser desenvolvido, isso está na curiosidade humana, na capacidade de relacionar fontes, assuntos, contextos... O processo hipertextual e a navegação por links nos leva a caminhos que se equivalem a experiências individuais de aprendizagem. Uma mesma pesquisa feita por pessoas diferentes percorre caminhos diferentes que agregam novidades pelo percurso e juntas as pessoas poderão trocar experiências diferentes e complementar a pesquisa um do outro em um processo colaborativo e coletivo.
Talvez estejamos exagerando, uma busca avançada talvez não seja capaz de inibir por completo a trilha hipertextual, mental e rica de descobertas e curiosidade própria dos seres humanos, talvez seja apenas a forma como iremos nos apropriar disso que nos preocupe por ora.
Vamos pensar no processo de pesquisa e casualidade que ocorre em situação idêntica a uma visita a biblioteca ou em uma pesquisa na web. Você pode querer ficar solto pelas estantes/links e “fuçar” à vontade, e de repente ser remetido para outros assuntos, autores, imagens e o que mais a casualidade permitir. Por outro lado você também pode entrar em uma biblioteca ou em um site específico e dizer o que quer e esperar por uma resposta objetiva, rápida e correta. É preciso equilíbrio entre seguir um caminho, mantendo o foco enquanto se presta atenção à paisagem. O processo é sempre mais interessante que o resultado. E com esse pensamento mais livre é possível deixar que outras conexões se estabeleçam.
O nome do maior dos inventores: acaso. Mark Twain
Imagine um trabalho em sala de aula em que o acaso é convidado de honra? Imagine consentir que cada aluno interfira com sua experiência, ou que o ambiente ao redor (fora de uma sala de aula) possa proporcionar novos “links”? E de link em link um caminho único vai ser sendo traçado por aquele grupo especial de estudantes, uma aula única...



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