terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Redes online como instrumentos de intervenção social

Comemorando a 50ª edição do programa Educação e o Mundo Corporativo – EMC² da TVABCD o professor e idealizador do programa EMC², Luiz Carlos Pereira de Souza (Pró-Reitor Acadêmico do UniÍtalo) bate um papo com Daisy Grisolia, professora, webativista, coordenadora do projeto InovarEduca e uma das grandes parceiras do EMC², retornando ao programa pela terceira vez agora para falar sobre “Redes online como instrumentos de intervenção social”.
Está sem tempo ou sem condições de assistir ao programa completo? Confira aqui o que foi falado e fique por dentro!
Web ativista Daisy Grisolia
O professor Luiz Carlos inicia fazendo um questionamento sobre como as redes sociais e todo o movimento online influencia as relações sociais e tudo aquilo que vivemos e temos em nosso dia a dia. Daisy responde que é muito importante relembrar que as Redes sociais são redes de pessoas, pessoas que se encontram, fazem coisas, sonham e realizam juntas. Na web o que temos são ferramentas que facilitam a interação entre as pessoas e agilizam a aproximação entre pessoas que possuem afinidades, ela consegue unir as pessoas que vivem espalhadas pelo mundo e que têm muito a compartilhar entre si. A web funciona como uma alavanca que acelera o processo de encontro entre grupos afins. Luiz Carlos relembra a aparição do fundador da Microsoft, empreendedor e líder Bill Gates, que no dia anterior anunciou publicamente em uma entrevista que possui “a solução para acabar com a fome do mundo” afirmando que da mesma forma com que fez negócios em uma fase de sua vida como empreendedor, a partir de uma determinada lógica, ele acredita que essa mesma lógica poderá ser aplicada para resolver os grandes problemas do mundo. E Bill Gates trata do assunto falando sobre como ‘nós’ podemos resolver os problemas, assim como Barack Obama também se refere sempre ao ‘nós’ e nunca ao ‘eu’. Esse é o verdadeiro pensamento de ‘rede’, de forma articulada e compartilhada o ‘nós’ poderá resolver problemas, discutindo, disseminando informações úteis e aplicando as soluções. A lógica está em medir os fenômenos, o que deu errado, o que deu certo e como analisar essas informações para que se possa chegar a uma solução.
Trata-se então de se profissionalizar os processos com responsabilidade e compartilhamento, ou seja, trata-se de uma corresponsabilidade, tanto dos problemas quanto das soluções.
Na fala do professor Luiz Carlos o enunciado de Bill Gates se resume a: compartilhar a responsabilidade pelos grandes problemas do mundo, estabelecer metas, cumpri-las e assumir as possíveis consequências. Daisy complementa dizendo que quando uma ideia falha é preciso entender o que foi que aconteceu de errado e o que se deve fazer depois disso. Um exemplo forte na rede, a partir da tragédia de Santa Maria. O jornal O Estado de S.Paulo iniciou um movimento online para que os cidadãos comuns denunciassem as irregularidades encontradas nas casas noturnas por todo o Brasil por meio de fotografias e publicassem essas informações na web, nas redes sociais e o jornal iria encaminhar essas imagens para o corpo de Bombeiros. Em pouco tempo descobriu-se que de 330 vistorias foram encontradas cerca de 170 casas irregulares. Estamos começando a dimensionar o porquê da falta de fiscalização. E pela primeira vez estamos começando a medir não de cima para baixo, mas de baixo para cima, ou seja, a iniciativa está partindo da população (os maiores interessados) e não dos órgãos públicos.
Essa ação desenvolve uma cultura diferente de corresponsabilidade, de não sermos coniventes e não termos a memória curta. Pela web temos uma troca de informações rápida e ágil.
Uma boa provocação é colocada em pauta pelo professor Luiz Carlos, dizendo que os webativistas estimulam a sociedade do ter e não a do ser. A resposta de Daisy nos relembra que a nossa sociedade ávida pelo consumo é avaliada pelo que possui e pelo que aparenta e não pela sua essência. A culpa disso é do sistema capitalista, e não dos webativistas. Pelo contrário, essa geração trabalha com outra lógica e opção de economia e de relação com o mundo: uma lógica de compartilhamento e de corresponsabilidade. Os verdadeiros hackers que trabalham em prol de softwares livres e por uma web livre lutam por uma direção de liberdade. A grande batalha na web agora será entre que informações devem ser guardadas e protegidas e quais devem ser compartilhadas, qual será a lógica aplicada para o estabelecimento de critérios que orientem essas ações? Daisy relembrou o caso do estudante Aaron Swartz, que se suicidou após ser processado por invasão de servidores e divulgação de documentos do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT).
Uma das questões mais discutidas hoje em dia é a resiliência dinâmica, ou seja, precisamos tentar, discutir e fazer, não apenas aguentar os problemas resignados para sempre. A discussão já está na web e já está nas pessoas.
Sobre o ter e o ser Daisy fala sobre projetos como o Lixo Eletrônico (de Hernani Dimantas são iniciativas importantes para lembrar as pessoas sobre a necessidade de reciclar, de pensar no futuro com inteligência, e de que o importante não é ter, consumir ou status, mas sim pensar sobre as novas tecnologias: o que ela pode fazer de inovador. Não apenas consumir por consumir.
Professor Luiz Carlos Pereira pergunta sobre a frase "O Google é o nosso pastor e nada nos faltará". Será?
Daisy Grisolia responde que isso é uma verdade atual, mas é verdade somente agora. Antigamente não tínhamos esses recursos, tínhamos apenas as bibliotecas. Hoje em dia podemos achar artigos na web sabendo procurar, sabendo utilizar as ferramentas. Mas será que isso será verdade daqui a 10 anos? Provavelmente não, teremos inovações e novas tecnologias nesse segmento. A verdade não é única, Alethéia, personagem grega da mitologia, passa a imagem de desvendar as verdades. A mulher dos mil véus... Os modelos nos orientam, mas não são eternos, é preciso retomar e resgatar essa personagem e repensar sobre a verdade, ela tem mil véus... Não existe só um caminho para a inovação. O Google se caracterizou com maior força e universalidade, mas teremos muitos outros buscadores, como já temos.
As pessoas precisam entender que elas é que fazem da web um caminho útil, um lugar em que podemos passar boas informações ou podem fazer dela um lugar medíocre, as pessoas fazer isso não a web. Deus ajuda quem cedo madruga, na web lá pelas 4 da manhã tem uma turma que acabou de acordar e outra que nem foi dormir ainda. Faz parte do espírito da web dominar o espaço, a web não tolera indolentes, ela espera que você trabalhe por seus projetos, pelo seu site, por coisas novas que interessem pelo seu público. Para isso é preciso trabalho, muito trabalho. Devagar não se vai ao longe, pelo menos não na web de acordo com a Daisy Grisolia. O tempo é agora, resiliência dinâmica!!! Pensar é o mais subversivo dos atos, e a Web é esse caldo de cultura, um espaço aberto para pensar...
Para assistir o programa na íntegra clique aqui.
Parabéns à TVABCD pela 50ª edição do programa EMC² - Educação e o Mundo Corporativo, à Daisy Grisolia, ao professor Luiz Carlos e à produtora Janaína Sombra. O programa foi nota dez!
O programa EMC² vai ao ar toda sexta-feira às 14h. ; )

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