quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O museu é o mundo...


Hélio Oiticica
Hélio Oiticica

“Liberar a pintura dos seus antigos liames”...Antiarte...Antipintura...
“A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais".
Essas foram palavras de um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros, Hélio Oiticica (1937-1980). Também foi engenheiro, professor de matemática, entomólogo, foi conhecido por teorizar sobre a antiarte e a antipintura, e realizar obras inovadoras e experimentais dentro da arte contemporânea brasileira e internacional.

Hélio Oiticica
Hélio Oiticica

Sua primeira exposição foi no Museu de Arte Moderna (MAM). Entre 1955 e 1957 desenvolveu uma pesquisa sobre pinturas geométricas sob guache e cartão, resultando em uma exposição que recebeu o nome de “Secos”, que integrou a Exposição Nacional de Arte Concreta, no Rio de Janeiro.
Hélio participou na Noite de Arte Concreta, evento polêmico que lançou o concretismo e confrontou a arte tradicional e seus seguidores. Foi um dos fundadores do Grupo Neoconcreto (1959), em que desenvolveu experiências ligadas ao concreto e ao neoconcreto, ao lado de Amilcar de Castro, Lygia Pape, Lygia Clark e Franz Weissmann.  Também participou da V Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e em 1960 trabalhou como auxiliar técnico no Museu Nacional, junto com seu pai José Oiticica, entomólogo e fotógrafo de renome.
Ainda na década de 1960 Hélio passou a desenvolver uma proposta de contemplação e apreciação estática das obras, um trabalho sensorial que envolvia os cinco sentidos e que continuou até o final de sua vida. Esses trabalhos foram conhecidos como Penetráveis e Bólides.

Penetráveis
Penetráveis

Penetráveis
Penetráveis

Penetráveis
Penetráveis

Penetráveis
Penetráveis

Bólides
Bólides


Em 1964 passou a frequentar a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, tornando-se passista e integrando-se na comunidade do morro. Essa aproximação com a cultura popular deu origem a um dos seus mais famosos trabalhos: "Parangolés, obras polêmicas definidas pelo artista como "antiarte”... “é a incorporação do corpo na obra e da obra no corpo”, disse Helio.

Parangolés
Parangolés

Parangolés - Caetano Veloso
Parangolés - Caetano Veloso

Parangolés
Parangolés


Os trabalhos foram expostos no MAM, do Rio de Janeiro em 1965, no entanto os passistas da Mangueira que vestiam os parangolés foram proibidos de desfilar devido à natureza do projeto que preconizava imagens de revolta e possessão. Apesar da proibição Oiticica desfilou as obras no jardim do Museu. A partir desse ano o artista lançou-se internacionalmente e realizou a exposição “Soundings Two”, em Londres, ao lado de obras de Duchamp, Klee, Kandinsky, Mondrian, Léger, entre outras em Nova York e Pamplona, a partir dos fins dos de 60 e início dos anos 70.
Em 1967, Helio desenvolveu uma pesquisa intitulada supra-sensorial, em que foram criados os “bólides” da "Trilogia Sensorial", além dos penetráveis PN2 e PN3 que faziam parte da obra Tropicália, mostrada na exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM, Rio de Janeiro. Vejam as imagens abaixo.

Penetráveis - PN2 e PN3
Penetráveis - PN2 e PN3

O cantor e compositor Caetano Veloso usou em um cenário de um de seus show uma bandeira de Helio: "Seja marginal seja herói". O show foi suspenso pela Polícia Federal. É importante ressaltar que Oiticica teve grande influência na música popular brasileira desse período.
O cinema também fez parte da vida de Helio, em 1972, produziu o filme Agripina é Roma - Manhattan.  Já em 1973 criou o projeto Quasi-Cinemas, inaugurado com a obra "Helena inventa Ângela Maria", material que homenageia a carreira da cantora Ângela Maria.
Em 1977 seguiram-se os penetráveis “Magic Square” e os objetos “Topological ready-made landscapes” foram expostos no Projeto Construtivo Brasileiro, MAM. E em 1979 Helio criou o seu último penetrável entitulado "Azul in azul".
Saiba mais:
Trailer do Filme de Ivan Cardoso "HO", que retrata a vida e a obra de Hélio Oiticica
Documentário (trailer) dirigido por seu sobrinho Cesar Oiticica Filho, que traz depoimentos raros do próprio artista e informações sobre suas obras.
Site do Projeto Hélio Oiticica, inaugurado em 1997.
O museu é mesmo o mundo...
Exposição - 2010
Exposição - 2010

Hélio Oiticica
Hélio Oiticica

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