quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ensinar o mundo ou aprender com o mundo?


Fonte: OLCP
Fonte: OLCP
Preste atenção nessa experiência: a One Laptop per Child (OLPC) projeto organizado por duas organizações norte-americanas, sem fins lucrativos, criada para supervisionar a criação de programas educacionais acessíveis dispositivos para uso em países em desenvolvimento, entregou várias caixas com tablets, carregados por energia solar e sem instruções de uso. Em poucos minutos crianças abriram as caixas e descobriram como ligar os aparelhos e começar a usar. Em poucas semanas as crianças apropriaram-se dos aparelhos, e já cantava o ABC na aldeia em que moram, descobriram a câmera e invadiram o Android.
O projeto da OLPC, liderado por seu fundador Nicholas Negroponte, está na Etiópia, em dois vilarejos isolados, com cerca de 20 crianças da primeira série, experimentando entregar tablets para as crianças, com alguns aplicativos carregados, para observar a ação delas diante dessa apropriação tecnológica. O objetivo é observar se se as crianças analfabetas, sem contato anterior com palavras escritas podem aprender a ler por si mesmos, experimentando com tablete, e seus aplicativos: o alfabeto, jogos, e-books, filmes, desenhos animados, pinturas e outros programas. Essas crianças nunca tiveram acesso a nada impresso ou escrito, nem mesmo embalagens de produtos.
Fonte OLPC
Fonte OLPC
Trata-se de uma nova experiência de alfabetização e aprendizagem a partir de novos recursos e mais do que isso, partindo da autonomia, necessidades e curiosidade das próprias crianças. Um dos garotos expostos ao projeto conseguiu, em poucos meses e sozinho, escrever a palavra leão, por meio de um dos aplicativos. As crianças também personalizaram totalmente a área de trabalho dos sotfwares de forma bastante criativa. Essa criatividade e autonomia na investigação era exatamente o que os organizadores do projeto entendem como essencial para o aprendizado.  No entanto, apesar do início positivo o projeto precisa de mais tempo para fornecer mais dados e resultados considerados promissores.
Nigroponte propõe uma nova forma de pensar o e-learning. Ele acredita que as crianças na Etiópia têm muito a ensinar ao mundo sobre como se faz Educação. Como medir a eficácia da educação no mundo? “O que você realmente quer medir é a curiosidade, a imaginação, a paixão, a criatividade e a capacidade de ver as coisas a partir de múltiplos pontos de vista. Mas isso é difícil de medir e mesmo assim, a avaliação será subjetiva. Então, em vez disso, medimos o que uma criança sabe, e do que podemos inferir que a criança aprendeu a aprender. Esta é a verdadeira aspiração que temos para os nossos filhos: aprender a aprender”.
Nicholas Negroponte
Nicholas Negroponte

Tendemos a acreditar que a memorização é boa, é como um exercício para a mente, nos diz Nicholas, mas isso é apenas conveniente. Você pode saber de cor algo que odeia.
E sobre pensar sobre o pensar? As crianças aprendem muito por si mesmas, mas agora a ideia é descobrir o quanto.  “Para responder a essa pergunta, voltamos nossa atenção para os 100 milhões no mundo todo crianças que não vão à primeira série. A maioria deles não vai porque não há escolas, não há adultos alfabetizados em sua vila, e há poucas promessas de que virão mudanças em breve. Meus colegas e eu começamos um experimento em duas aldeias, fazendo uma pergunta simples: as crianças podem aprender a ler por conta própria?”. Se o projeto der certo, será mais rápido atender as necessidades educacionais dessas  100 milhões de crianças dessa forma do que esperar ações concretas dos governos.


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