quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pedagogia positiva e escala de valores

Tião Rocha

Pedagogía positiva y escala de valores, debate com Tião Rocha e o moderador Miguel Ángel Guerra
Tião Rocha é Antropólogo, educador popular e folclorista. Fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento - CPCD, organização não governamental sem fins lucrativos, criada em 1984, em Belo Horizonte/MG.
Miguel Ángel Guerra dedica-se ao ensino desde 1990. Atualmente é diretor do Colégio Valdefuentes, em Madrid (Espanha). Já trabalhou com Didática das Ciências, organização e liderança escolar e com programas internacionais sobre Gestão de TICs.
O debate “Pedagogía positiva y escala de valores” aconteceu dia 04 de setembro, online, organizado pelos integrantes do projeto EducarRede, da Fundação Telefônica. Tião inicia sua fala introduzindo o nosso contexto da era digital marcada por um intenso movimento de integração com as tecnologias na educação. Mas ele pergunta “Como podemos considerar e valorizar a pedagogia social? Como podemos introduzir valores desde a educação sem deixar de atender a nenhum aspecto humano”?
A matéria prima de todo processo educacional é a cultura. Ela é algo palpável, factível, público e microscópico. Aprender os saberes, os fazeres e os quereres das crianças em uma comunidade é condição sine qua non para o desenvolvimento de um ensino de qualidade. Os pilares de uma sociedade são a cultura, a educação e o desenvolvimento.
A cultura é tudo aquilo o que as pessoas fazem, sabem e querem, é o que elas trazem como herança. A educação é entendida por Tião como algo plural que deve gerar aprendizagem, uma vez que a educação é um sistema de troca. A educação também é instrumento de desenvolvimento das oportunidades e das escolhas.
Slide da apresentação de Tião Rocha
Slide da apresentação de Tião Rocha
Entre a escola, a família e a comunidade, temos valores que são articulados com a cultura, a educação e o desenvolvimento, conforme a figura abaixo. A família, a escola e a comunidade são os espaços estratégicos para que se estabeleçam a cultura, a educação e o desenvolvimento. A Família é o espaço do acolhimento. A comunidade é um conceito amplo que envolve a convivência, viver com outros e seus valores culturais. A escola é um espaço que define seus próprios objetivos. Esse desenho pode formar uma pedagogia ou uma plataforma de ensino.
Assim formam-se os pilares da educação são: aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer.
Slide da apresentação de Tião Rocha
Slide da apresentação de Tião Rocha

O espaço da aprendizagem de aprender a ser está articulado entre a família e a comunidade. O pilar aprender a fazer está articulado entre a comunidade, a escola e o desenvolvimento. Os pilares conhecer e conviver estão entre a cultura, família, a escola e a educação. Fomos acostumados a olhar para cada parte separadamente, mas é preciso se pensar em uma forma mais integradora de observar esses elementos. Essa transformação pode substituir a ideia de família por acolhimento, a ideia de comunidade por convivência, de solidariedade e diversidade, a ideia de educação por aprendizagem, atitudes, habilidades e conhecimentos, e  a ideia de desenvolvimento por criação de oportunidades, participação, decisão e porque não pensar na palavra “cooperação e autonomia”.
E o desenho se transforma quando transferimos os valores até que encontramos no centro os educadores (estrela).
Slide da apresentação de Tião Rocha
Slide da apresentação de Tião Rocha

A melhor pedagogia é aquela em que os alunos aprendem de tudo de forma prazerosa. ''El aprendizaje no debe ser dolorosa, sino ludico'', nos diz Tião. É possível aprender sem escola, em qualquer espaço. O melhor educador cria sua própria metodologia e não apenas reproduz o mesmo que todos. E já que educação pressupõe inclusão, deve-se pensar em valores globais: a inovação, a humanização e a viabilidade para todos! Não se pode perder ninguém. E o papel do educador está bem no centro!
Precisamos mudar das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) para as TACs - Tecnologias de Aprendizagem e Convivência. Precisamos que os jovens estudem a ética, a humanidade, e não apenas matemática ou português. Hoje falamos em aldeias globais, os jovens são filhos do mundo, todos temos que nos sentir responsáveis por eles. Crianças = Patrimônio da humanidade. Violência zero, corrupção zero, degradação ambiental zero, - isto é uma questão de ética para Tião.
Slide da apresentação de Tião Rocha
Slide da apresentação de Tião Rocha

A educação não é a escola, a escola é um meio. Educação é um fim a escola é um meio - os meios estão a serviço dos fins - os humanos nasceram para ser educados e felizes. Não é função de a escola formar gente para o mercado - isto é parte de suas atividades, mas só uma parte. É possível ter educação em qualquer espaço. Mas é impossível ter boa educação sem BONS educadores. Somente os bons educadores fazem uma boa educação. Não é a universidade que forma os educadores... ''Ou criamos uma Sociedade Educativa ou nós não teremos nem cidade, nem sociedade, nem ser humano'', Tião. O professor ensina e o educador é aquele que aprende. O professor precisa assumir que é um educador e que precisa aprender e estudar a vida toda. Um bom médico precisa entender de saúde e não apenas de doenças. Assim também precisam agir os professores, não pensar somente nas carências.
Trabalhar com iniciativas semelhantes à Carta da terra é uma possibilidade de se construir um mundo novo. A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.
Uma cidade educadora e justa é aquela em que as bibliotecas funcionam 24 horas, como um hospital. É tão importante uma biblioteca 24 horas quanto um hospital 24horas!
É preciso criar espaços permanentes de aprendizagem. Tião não é contra a escola ou a universidade, mas sim contra as más escolas e más universidades. Todos tem potencialidade para se tornar educadores - o fundamental é ter vontade de aprender - A condição essencial para se formar um bom educador é a vontade: de aprender, de estudar, de fazer, de mudar. A capacidade de aprender a cultura do outro é o que faz um bom educador. Não se trata de visão romântica, é possível sim mudar a visão, e tudo começa nauniversidade que forma professores e não educadores.
Tião exemplifica dizendo que toda criança que nasce tem potencialidade para falar muitos idiomas, e de tocar todos os instrumento, no entanto a maioria não terá OPORTUNIDADE de desenvolver essas habilidades. A solidariedade pode ser aprendida e praticada. Tudo depende da vontade que quem quer aprender. Educadores devem querer aprender!
Para assistir a palestra completa clique no link: http://avirtual.telefonica.es/p19815380/

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