quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A web 3.0 existe?


O jornalista jornalista John Markoff, num artigo do New York Times, usou o termo Web 3.0 pela primeira vez. A terceira onda da internet pretende ser o período de destaque para a organização e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento disponível na Internet. Faz parte dessa terceira geração a web semântica, que trabalha com a atribuição de significado aos termos utilizados em motores de busca (como o Google, por exemplo) que satisfaçam a intenção humana e mais ainda, a intenção de cada usuário. Ou seja, uma linguagem que possa ser entendida pela máquina e mastigada, processada e refinada de forma que se aproxime da forma como é entendida pelo ser humano. A Web 3.0 será capaz de realizar esse processo sozinha, aproximando-se do mundo da inteligência artificial.
Um exemplo vivo de como essa lógica funciona é um modelo de aparelho, disponíveis nos Estados Unidos e em alguns países na Europa, que grava conteúdos televisivos de forma programada a procurar por um tema específico, como por exemplo, um ator em particular ou o nome de um filme, etc. E esse recurso não se aplica apenas aos filmes, mas para séries, propagandas, biografias, entrevistas, novelas, documentários e todo o tipo de conteúdo relacionado com o tema escolhido previamente.
Outro exemplo é o buscador Wolfram Alpha ou o Google Squared que dão uma resposta, em vez de buscar opções como faz os outros. Ele faz uma rápida varredura dentre as opções existentes na web e cria a resposta pronta.
É claro que esse tipo de ação inibe o processo de pesquisa e casualidade que ocorre em situação idêntica a uma visita a biblioteca. Você pode querer ficar solto pelas estantes e “fuçar” à vontade, e de repente ser remetido para outros assuntos, autores e o que mais a casualidade permitir. Por outro lado você também pode entrar em uma biblioteca e dizer o que quer e esperar por uma resposta objetiva, rápida e correta.
O escritor, artista e ativista Hernani Dimantas nos alerta sobre essa divisão entre gerações da web. “A web 2.0 é sobre interatividade, mas esse debate é de 1991. A internet, desde o princípio, ampliou possibilidades que crescem estratosfericamente. As possibilidades dessa mídia são enormes e o que me interessa é como as pessoas se apropriam de diferentes tecnologias para a replicação do conhecimento potencial, é o que você espera da tecnologia. A potência está na ação de fazer blogs, compartilhar informações no Twitter, no Facebook. Essas ferramentas como o Google, por exemplo, só existem porque as pessoas estão fazendo coisas, trocando informação relevante, desenvolvendo projetos e afins esse processo faz da rede um dispositivo de transformação social”. Hernani acredita que não devemos olhar para a web apenas como um recurso funcional e por isso não é possível fazer uma divisão tão exata de um processo que foi se ampliando naturalmente e acontecendo de forma peculiar em contextos diferentes.
Daniel Gruhl, um dos diretores do Almaden IBM Research Center, diz que a rede é como uma lista telefônica com bilhões de páginas. Os motores de busca, como o Google, permitem que o usuário pesquise o conteúdo de cada página e utilize a "busca avançada" para especificar um pouco mais os resultados. Há muitos que acreditam que a "Web 3.0" nada mais é do que uma tentativa de vender um serviço. "Eu aposto que o futuro é mais "inteligência humana" do que "inteligência artificial'", escreveu o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios do SlideShare, blogueiro e palestrante Ross Mayfield.
Será que não seria melhor investimos também na inteligência humana e orientá-la a estudar e pesquisar melhor? Esse processo intuitivo precisa ser desenvolvido, isso está na curiosidade humana, na capacidade de relacionar fontes, assuntos, contextos... O processo hipertextual e a navegação por links nos leva a caminhos que se equivalem a experiências individuais de aprendizagem. Uma mesma pesquisa feita por pessoas diferentes percorre caminhos diferentes que agregam novidades pelo percurso e juntas as pessoas poderão trocar experiências diferentes e complementar a pesquisa um do outro em um processo colaborativo e coletivo.
Talvez estejamos exagerando, uma busca avançada talvez não seja capaz de inibir por completo a trilha hipertextual, mental e rica de descobertas e curiosidade própria dos seres humanos, talvez seja apenas a forma como iremos nos apropriar disso que nos preocupe por ora.
E você, o que acha?

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