segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nem sempre se perde quando não se ganha


Hoje completam-se 80 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, movimento paulista contra o golpe de Estado que empossou o presidente Getúlio Vargas, a data cívica mais importante de São Paulo. Muitos acreditam que esse evento foi o maior movimento armado que já se registrou em território brasileiro, bem como possivelmente a maior mobilização popular já ocorrida na história do País.



A Revolução de 1932 queria o fim do governo provisório de Getúlio Vargas e o estabelecimento de nova Constituição. Foi uma resposta paulista à revolução de 1930, que impediu a posse do governador de São Paulo, Julio Prestes, como presidente da República. A revolução explodiu em 23 de maio, mas só seria irrompida em 9 de julho de 1932. 

Na manhã de 10 de julho, a cidade heroica de São Paulo era um único cérebro e uma única alma.
(Menotti del Picchia)

Após a morte dos quatro estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, a sigla MMDC (iniciais dos estudantes) surgiu como o grande símbolo da revolução. As tropas rebeldes se espalharam pela cidade de São Paulo, ocupando suas as ruas, enquanto uma multidão sai às ruas em seu apoio. A imprensa paulista toma partido dos revoltosos. Embora todo o Estado esteja munido pelas tropas paulistas, as tropas federais revelam-se muito maiores e mais fortes. Seria necessário a adesão de outros estados para fortalecer a revolução, mas isso não ocorreu.

Após três meses de luta, em 02 de outubro, os paulistas se renderam deixando para trás mais de 830 mortos e iniciando uma série de prisões, cassações e deportações. Apesar da derrota paulista, em 1934, uma assembléia eleita pelo povo promulga a nova Carta Magna.



Em 1964, o dia histórico quase foi apagado da memória, e o feriado foi abolido, somente sendo reintegrado ao calendário de comemorações cívicas paulistas, em 1995, por Mário Covas, então governador.

"Nas palavras de Menotti del Picchia secretário de estado naquela época - São Paulo não pedia à federação um bem que de direito lhe pertencia. Tomava com suas próprias mãos o que era seu. Para ele, tratava-se de um ciclo social determinado pelas transformações radicais que a sociedade industrial nascente trazia. Era a ruptura indispensável para a instalação de uma nova ordem. Ciclos da evolução social, formados por ordem, anarquia e costume, cultura, caos e civilização, senhores, revolucionários e herdeiros. Ordem enquanto iniciação e fixação de um ciclo economico e social adaptado às condições de vida do agregado. Anarquia – ruptura da ordem anterior pela ausência de um reajustamento entre os novos processos de coexistência determinados por inéditos fatores economicos e noas descobertas da técnica. Costume – pacificação da sociedade dentro da utilização dos novos processos". (Fonte)

E o que é que fica na história, não só de São Paulo, mas dos brasileiros? 

Exigir direitos e promover uma mobilização popular, em tempos digitais, é possível sim! Com a popularização da internet a comunicação distribuída torna a todos seres autônomos e poderosos. "Todas as mudanças são modestas e se espalham pelo mundo, e por isto, não devemos nos desesperar. O pior nunca é uma certeza." EdgarMorin 




Cerca de 80.000 mil pessoas ocuparam as ruas de São Paulo em protesto contra a corrupção que impede nossa educação de se desenvolver. Desde maio, estamos diante da maior paralização já realizada no país, com adesão de 95% das universidades federais brasileiras. Entre as reinvindicações principais estão a reestruturação da carreira dos docentes, o reajuste salarial e a melhoria do processo educacional em todo o país.

Já para o dia 07 de setembro de 2012, o movimento Basta Brasil propõe uma marcha nacional contra a corrupção. Nas redes sociais, são mais de 48 mil adeptos. Mas em um país onde se acostumou a receber da mídia as notícias em primeira mão, vivemos na ilusão de que se a tv não anunciou então não existe. E assim tem sido com o Google em nossas buscas desastradas, se não está no Google não existe. Até quando vamos ignorar o poder da mobilização popular, principalmente com a apropriação intensa da internet e das tecnologias móveis? 


Novo Tempo - Ivan Lins


Veja aqui o infográfico sobre a revolução e dicas de passeios para esse feriado, publicado pela Folha de S. Paulo.

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