terça-feira, 24 de julho de 2012

O importante não é a tecnologia, o importante são as pessoas.

Dolors Reig

O importante não é a tecnologia, o importante são as pessoas. Se as pessoas são tão importantes, como são as pessoas que estão conectadas.  São importantes, mas em que sentido? 

A psicóloga social argentina Dolors Reig se apresentou no “Congreso Web 2012”. Aqui vamos tratar um pouco sobre o foi falado por essa especialista que recentemente publicou seu último livro “Socionomia” que aborda os impactos das redes sociais no comportamento pessoal e social. 

Há pessoas que acreditam que as pessoas que passam muito tempo conectadas desenvolvem a Síndrome de Asperger, que são como autistas, mas menos. Isso é um absurdo, na opinião de Dolors. A internet socializa ainda mais as pessoas. Vivemos em uma sociedade aumentada, cheia de possibilidades. 



Usar a internet não impede as pessoas de socializarem ao vivo com outras pessoas e lugares. Podemos fazer o que for melhor, o mais adequado em determinados momentos e o que tivermos vontade. Pessoas que se isolam fazem isso naturalmente sem a internet, e podem utilizar qualquer recurso para potencializar uma tendência, como o álcool, games, livros, religião, etc. Não somos tão nem tão individualistas como nos fizeram acreditar os sistemas capitalistas, nem somos tão envolvidos/agregados como os socialistas propõem. Dependemos todos da comunidade. Temos um ego, temos personalidade e temos que mostrá-la. Estamos chegando a um indivíduo que se equilibra e sintetiza os dois polos, conforme suas necessidades e vontades.

Estamos conectados permanentemente com nossa família, amigos, conhecidos e colegas profissionais.

“El cambio constante puede parecer difícil de gestionar por los cérebros humanos pero no lo es desde el punto de vista de una tecnología com  capacidad de computación cada vez más aumentada. No siempre sabemos entender las tecnologías como auxiliares, no sólo culpables del cambio sino también como los complementos perfectos para entender y sobre todo aprovechar las crecientes posibilidades de una sociedad que en general creo cada vez mejor. Tecnocondria, lo llaman algunos autores, seguramente confuertes componentes de Tecnovértigo...” (Entrevista original publicada em Oxigen, em El caparazón, 2010)

Tecnofobia, Tecnocondria.  Hiperlocal. 

As pessoas não entendem as novas tecnologias e se sobrecarregam cognitivamente e então aí sim as tecnologias acabam sendo prejudiciais, gerando todo tipo de barbaridades e críticas contra o seu uso.

Ocitocina e e-conexão. 

Ocitocina é o hormônio do amor. É tão potente que as mulheres liberam quando têm filhos, os homens também, e liberam em situações iguais de familiaridade e amor. Tudo isso se reproduz igualmente na rede, quando alguém está conectado com alguém querido ou conhecido, temos as mesmas reações que temos quando temos esse contato ao vivo. Somos seres extremamente sociáveis. Estamos sempre nos relacionando e em contato, e na internet isso se intensificou, e não o contrário como pensam muitos. 



Dolors apresenta para nós um experimento com uma criança de 3 anos em que se derruba algo perto dela, e ela ajuda a pegar imediatamente porque somos seres solidários por natureza. É nosso instinto ser solidário até os 3 anos, mas depois disso as coisas podem mudar conforme a educação que recebermos ou os hábitos que adquirirmos.

É comprovado que quando temos pessoas felizes ao nosso lado somos mais felizes, deixamos de fumar quando amigos próximos e queridos deixam de fumar. E assim por diante, engordamos, emagrecemos, etc. Somos muito pouco independentes perto do que pensamos ser.  E essa solidariedade tem se estendido ao planeta e a forma como lidamos com o meio-ambiente. Os jovens atualmente valorizam tudo o que for sustentável e alternativo, mesmo que precisem pagar um pouco mais por um serviço ou produto. 



Mesmo antigamente com as primeiras tecnologias como a televisão, as pessoas falavam com a TV, se apegavam às histórias de rádio e aos personagens, sempre interagimos com as tecnologias, porque somos humanos e acabamos humanizando as máquinas. Não queremos ser sozinhos. Ligamos a TV ou o rádio para não nos sentirmos sozinhos, sempre foi assim. 

A internet e as redes sociais são hoje as novas ágoras públicas.

A cooperação, a inteligência coletiva está em toda a parte hoje. Isso é interação. As pessoas têm trabalhado de forma “Linux”, de forma “Wikipédia”. Os filósofos contemporâneos e europeus tendem a ser um pouco pessimistas quanto a essas mudanças e acreditam em um isolamento das pessoas estratégico e capitalista com o intuito de consumirmos cada vez mais.  

Mas Dolors crê que é justamente o contrário, essas mudanças provam a falência do sistema capitalista, e uma nova sociedade está surgindo, uma sociedade aumentada, mais colaborativa, mais coletiva e que está caminhando cada vez mais para intensificar essas características. No entanto, as pessoas ainda estão aprendendo com as mudanças. Ainda existem muitos órfãos que ficaram para trás. Então podemos deduzir que o indivíduo conectado é mais misto, é mais inteligente (individual e coletivamente), mais informado e mais justo. A atitude 2.0 engloba transparência, autenticidade, sinceridade e participação. 

Dolors Reig

Não somente somos animais sociais, mas também nos indignamos e opinamos por natureza.  Tendo informação as pessoas podem agir, porque se solidarizam juntas e se revoltam juntas também. E dessa mesma forma são capazes de perceber o que está errado e precisa ser mudado, e que não estamos sozinhos, podemos somar forças para inovar e trabalhar em qualquer projeto. E isso acontece na política, na educação, como em qualquer área de nossas vidas.

Basta observar a web e perceber como as pessoas opinam, descobrem informações utilitárias e compartilham com as pessoas, como se solidarizam e igualmente se ressentem com notícias sobre corrupção, violência, desastres etc. Essa é a sociabilidade que precisa ser alimentada e incentivada para que essas informações sirvam como impulso para mudanças e realizações em todos os âmbitos possíveis. Ainda vemos muitas pessoas absorvendo informação e se sobrecarregando, sem saber exatamente o que fazer com tantas novidades. Uma das duas principais funções que podemos enxergar nessas novidades, são o seu uso para potencializar a educação e a fomentação do conhecimento. 



Assista a palestra de Dolors Reig aqui. =)





quinta-feira, 19 de julho de 2012

EXPOSIÇÕES

Emoção Art.Ficial 6.0


Fonte


Tema: arte e tecnologia.


A exposição Emoção Art.Ficial, que o Instituto Itaú Cultural promove a cada dois anos, desde 2002, trata sobre arte e tecnologia, apresentando obras interativas sobre o universo cibernético e que também nos leva a uma reflexão sobre educação.


Quando: até 29/07/2012, de terça a sexta, das 9h às 20h | Sábado, domingo e feriados, das 11h às 20h.

Onde: Instituto Itaú Cultural, Av. Paulista, 149 - São Paulo/SP.


Evento gratuito.



Assista abaixo o vídeo interativo que traz os conceitos abordados pela Bienal de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural, desde sua primeira edição em 2002.

Para saber sobre todas as edições do Emoção Art.ficial, acesse: http://www.emocaoartficial.org.br/





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terça-feira, 17 de julho de 2012

Transparência e distribuição


Nesse vídeo Hernani Dimantas fala sobre remuneração por trabalhos realizados via internet. Muitos trabalhos são realizados em busca de reconhecimento e não exatamente remuneração financeira. O tempo gasto antigamente em frente a televisão agora é investido em navegação pela web. Hernani cita o autor Clay Shirky e o seu livro “Cognitive Surplus: Creativity and Generosity in a Connected Age” (2010) que reinventou o conceito de ócio criativo, originalmente desenvolvido pelo sociólogo italiano Domenico de Masi.


O amadorismo de se fazer o que se ama impulsiona a inovação e as mudanças necessárias. No amadorismo é comum que as pessoas criem suas próprias ferramentas ao invés de aceitar estruturas prontas, dando a luz a projetos pequenos ao invés de grandes elefantes brancos, e, embora sejam projetos pequenos, produzem resultados mais interessantes. Surge aí um novo conceito de trabalho, emprego e produto.

O vídeo acima é a primeira parte da palestra 2º Encontro InovarEduca, saiba mais aqui.

Hernani é artista, escritor e ativista. Desde 1997 tem-se dedicado ao estudo, à discussão e à elaboração de projetos colaborativos em rede, publicando um número expressivo de artigos em livros, jornais e revistas sobre a Internet como um meio aberto à produção coletiva e destinado à troca de ideias e conhecimento entre as pessoas. Doutor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Autor dos livros: Linkania: uma Teoria de Redes (2010) e Marketing Hacker (2003). Fundador e articulador do projeto MetaReciclagem. Fundador do lixoeletronico.org.


hdimantas@gmail.com
@hdhd



Rede colaborativa, trabalhos imateriais, performances.




O tempo da internet é outro. É assim que Hernani Dimantas inicia esse vídeo que trata sobre a colaboração na rede e o novo conceito de tempo na virtualidade. As pessoas estão em tempos diferentes. Cada pessoa tem a oportunidade de descobrir coisas e se apropriar de conhecimentos relevantes em seu próprio ritmo. A colaboração em rede não quer dizer exatamente que todas as pessoas estejam trabalhando juntas. Hernani fala sobre o seu segundo livro, Linkania, que vem de uma ideia de cidadania. E como pensar em cidadania em mundo onde existe uma rede como o facebook, maior do que qualquer país, onde todos vivem de links, como então imagina um ser humano consegue estar em rede de forma participativa e autônoma? Hernani resume: “Linkania... é isso. A cidadania sem cidades. A descentralização. Ação local e conexão global”. 


E continua refletindo que “essas relações desvelam o perfil. A identidade cultural passa a ser uma representação de indicadores. Número de amigos no Facebook, número de posts, seguidores no twitter. Para existir online você precisa ser visto. 'Hoje, no entanto, o pós- fordismo e o paradigma imaterial da produção adotam a performidade, a comunicação e a colaboração como características centrais. A performance foi posta em ação. Toda forma de trabalho que produz um bem imaterial, como uma relação ou afeto, resolvendo problemas ou proporcionando informação, do trabalho de vendas aos serviços financeiros, é fundamentalmente uma performance: o produto é o próprio ato em si' (Hardt e Negri, 2005). A rede pressupõe a troca para se ter um relacionamento. Troca de links, de informações e de palavras vazias. A relação se faz no compartilhamento. Na Internet, principalmente analisando o estouro do Facebook, nos faz experimentar um coletivo de individualidades. Ou seja, o network de egotrips. Nas publicações individuais as pessoas existem. Não deixa de ser a voz individual falando mais alto. A voz humana alcança diretamente o nosso âmago, e toca nosso espirito. As pessoas estão buscando a melhor maneira de se comunicar. E não há uma fórmula mágica. Receitas, manuais e guias desorientam antes de tudo”.

Ilustração da apresentação de Hernani Dimantas

O vídeo acima é a primeira parte da palestra 2º Encontro InovarEduca, saiba mais aqui.

Hernani é artista, escritor e ativista. Desde 1997 tem-se dedicado ao estudo, à discussão e à elaboração de projetos colaborativos em rede, publicando um número expressivo de artigos em livros, jornais e revistas sobre a Internet como um meio aberto à produção coletiva e destinado à troca de ideias e conhecimento entre as pessoas. Doutor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Autor dos livros: Linkania: uma Teoria de Redes (2010) e Marketing Hacker (2003). Fundador e articulador do projeto MetaReciclagem. Fundador do lixoeletronico.org.


hdimantas@gmail.com
@hdhd




Multidão hiperconectada, redes livres, linkania...




Hernani Dimantas apresenta nesse vídeo um pouco sobre o compartilhamento das informações citando em primeiro lugar o exemplo do Linux que foi disponibilizado gratuitamente na rede por seu criador Linus Torvald.

A rede sempre se auto-organiza para ajustar todas as informações, não há um centro controlando e decidindo como ou quando postar, ou qual conteúdo, etc. Trata-se de um processo de emergência, de baixo para cima. A resposta é imediata, acesso, compartilhamento, opiniões positivas ou negativas, indiferença, comunidades, fóruns, criações, sátiras etc. As pessoas estão lá para receber o conteúdo novo e manter o movimento da rede. Hernani também fala sobre o projeto Lixo Eletrônico (lixoeletronico.org), de 2007, que tratou sobre o grande volume de lixo eletrônico produzido e como descartar esses materiais, oferecendo conscientização e soluções para pessoas e empresas. Em 1990 o grupo iniciou um movimento na internet para que se votasse um projeto lei que incluísse novamente os resíduos sólidos na agenda de preocupações das políticas públicas. Essa movimentação começou de baixo para cima partindo de uma democracia participativa e atuante. Plataformas para movimentar causas foram criadas, como o Avaaz.org, por exemplo, além de inúmeros outros projetos que podem ser alimentados via bottom up ou via rede.

Ilustração da apresentação de Hernani Dimantas


“Nesse processo de apropriação da tecnologia o que me importa é a emergência de conversas. Uma forma de comunicação de baixo pra cima capaz de se organizar em redes sociais, no sentido mais amplo possível. Uma conversa que se dá na participação, no compartilhamento e na disponibilização de links, ideias, projetos, poesias, textos, vídeos e onde mais a criatividade humana consegue relacionar. Somos seres em relação. Precisamos nos comunicar com outras pessoas. Criamos redes como formigas preparam os formigueiros. A rede organiza a nossa civilização”. (Hernani) 

O vídeo acima é a primeira parte da palestra 2º Encontro InovarEduca, saiba mais aqui.

Hernani é artista, escritor e ativista. Desde 1997 tem-se dedicado ao estudo, à discussão e à elaboração de projetos colaborativos em rede, publicando um número expressivo de artigos em livros, jornais e revistas sobre a Internet como um meio aberto à produção coletiva e destinado à troca de ideias e conhecimento entre as pessoas. Doutor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Autor dos livros: Linkania: uma Teoria de Redes (2010) e Marketing Hacker (2003). Fundador e articulador do projeto MetaReciclagem. Fundador do lixoeletronico.org.

Site: http://metafora.me/


hdimantas@gmail.com
@hdhd




Tecnologia é mato




Hernani Dimantas apresenta nesse vídeo um pouco sobre a popularização da tecnologia. Hoje é comum que as pessoas procurem no youtube por informações de todo o tipo, e isso é um grande fato diante da grande mudança de audiência que se tinha com a TV, ou com o rádio, migrada para a internet. A produção de 1 para muitos mudou de todos para todos. A opção de escolha aumentou. As pessoas têm utilizado a internet para aprender, ensinar, se divertir, assistir tv, mas na hora em que se quer. 

Falar é fácil. Silêncio é fatal. Esse é um provérbio digital. Hernani nos diz que a tecnologia “é uma extensão do cérebro humano, que artificialmente incrementa a capacidade de processar o conhecimento. Podemos armazenar muito mais informação, e parafraseando McLuhan, utilizar as máquinas como extensão do homem. O choque cultural é invisível e imperceptível. É geracional. Existe um importante gap tecnológico. Mas como entendemos que é tecnologia é mato. Cresce e se espalha a ponto de ficar transparente e transita pelo ciberespaço. Mas como contradição rompe paradigmas só com efeito da colaboração. Falo de experiências como a do software livre que proporcionaram uma forma de colaboração onde a liberdade é a regra. Principalmente, a liberdade de compartilhar qualquer produção na rede. Fazemos o que temos vontade. A experiência de fazer potencializa a curiosidade de querer pesquisar, trocar, compartilhar, ensinar e aprender. O Linux foi criado só por prazer. É assim que se faz”.



Ilustração da apresentação de Hernani Dimantas

Ilustração da apresentação de Hernani Dimantas


O vídeo acima é a primeira parte da palestra 2º Encontro InovarEduca, saiba mais aqui.

Hernani é artista, escritor e ativista. Desde 1997 tem-se dedicado ao estudo, à discussão e à elaboração de projetos colaborativos em rede, publicando um número expressivo de artigos em livros, jornais e revistas sobre a Internet como um meio aberto à produção coletiva e destinado à troca de ideias e conhecimento entre as pessoas. Doutor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Autor dos livros: Linkania: uma Teoria de Redes (2010) e Marketing Hacker (2003). Fundador e articulador do projeto MetaReciclagem. Fundador do lixoeletronico.org.

Site: http://metafora.me/


hdimantas@gmail.com
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Como se deu a apropriação da internet para a transformação social?



Hernani Dimantas apresenta nesse vídeo um pouco sobre sua experiência acerca da evolução da internet na vida social, além de conceitos importantes que caracterizam as mudanças disruptiva trazidas pela era digital. A internet ainda não fazia parte da vida doméstica das pessoas, até 1995, onde começaram a surgir reais motivações para a verdadeira apropriação das tecnologias. Antes disso apenas organizações utilizavam esse recurso e para finalidades bastante específicas. Aos poucos a internet foi se tornando um assunto que precisava ser estudado, questionado e refletido, pois a sua popularização provocou mudanças disruptiva na forma de atuação profissional e pessoal de milhões de pessoas no mundo todo. 

Distâncias encurtadas, ritmo acelerado, comunicação em “tempo real”, redes distribuídas, mídias interativas, mudanças linguísticas no falar e no escrever dos internautas, atitudes cada vez mais colaborativas e o compartilhamento intenso de informações e conteúdo, explosão de opções de entretenimento, negócios, educação, marketing entre outros fatores que determinam hoje uma cultura de convergência. Hernani também reflete sobre a cultura Hacker e desmistifica o termo desenvolvendo uma linha de raciocínio que aponta para uma cultura de compartilhamento dinâmico, de colaboração intensa, moldando um novo contrato com a sociedade. A revolução digital deve ser traduzida como um ponto de fuga em que o conhecimento não deve ser propriedade de empresas ou governos, mas livre. Na cultura hacker, ética significa a crença de que o compartilhamento da informação é um poderoso e positivo bem.

O vídeo acima é a primeira parte da palestra 2º Encontro InovarEduca, saiba mais aqui.

Hernani é artista, escritor e ativista. Desde 1997 tem-se dedicado ao estudo, à discussão e à elaboração de projetos colaborativos em rede, publicando um número expressivo de artigos em livros, jornais e revistas sobre a Internet como um meio aberto à produção coletiva e destinado à troca de ideias e conhecimento entre as pessoas. Doutor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Autor dos livros: Linkania: uma Teoria de Redes (2010) e Marketing Hacker (2003). Fundador e articulador do projeto MetaReciclagem. Fundador do lixoeletronico.org.

Site: http://metafora.me/


hdimantas@gmail.com
@hdhd





Acesso gratuito à investigação científica britânica

Não seria ótimo e mais coerente se o trabalho de pesquisa científica realizado a partir de financiamento público fosse “devolvido” à população em forma de acesso gratuito? Pois é, pelo menos na Inglaterra isso já está em andamento. Depois da internet a maior novidade dos tempos será a disponibilização gratuita da pesquisa científica feita a partir de financiamento público, até 2014. A novidade é tão boa que vamos reforçar: A ideia é que trabalhos de pesquisa, que praticamente são pagos pelo contribuinte britânico, estejam disponíveis gratuitamente na internet para universidades, empresas e indivíduos que pretendam utilizar para qualquer finalidade, onde quer que estejam no mundo.

David Willetts, o sombra do Secretário de Estado da Inovação, Universidades e Habilidades na Inglaterra, em uma entrevista com o Guardian, disse que espera uma transformação completa e benefícios maciços para a educação aberta ao longo dos próximos dois anos. A mudança reflete uma onda de apoio para o "acesso aberto" de publicações entre os acadêmicos que há muito tempo protestam que os editores de revistas lucram enormemente, bloqueando o acesso a pesquisa por trás de paywalls online. "Se o contribuinte pagou por esta pesquisa para acontecer, então o trabalho não deve ser colocado atrás de um paywall antes de um cidadão britânico poder lê-lo", disse Willett.

David Willetts

Esse processo levará um tempo e custará uma quantidade razoável de investimento utilizado dos próprios fundos do orçamento da ciência, cerca de 50 libras por ano. No entanto, as universidades pagam atualmente cerca de 200 libras por ano com assinaturas de revistas. Sob o novo sistema as universidades irão pagar em torno de £ 2.000 por artigo.

É uma mudança que vai lidar com muitos fatores positivos, negativos e incertos, como por exemplo:

Apesar do forte investimento financeiro do início que representará um desfalque no orçamento científico, a previsão futura é de economia.
A iniciativa é um banho gelado para editores e associações culturais que vivem da venda das assinaturas de revistas.
Ao fazer tal movimento no sentido de acesso aberto antes de outros países, a Grã-Bretanha (que produz apenas 6% da pesquisa mundial) estará dando a sua investigação de graça, mas ainda precisará pagar pelo acesso a artigos de outros países.
Já existe iniciativa semelhante nos Estados Unidos, no National Institutes of Health.
Existe o risco de a Grã-Bretanha perder projetos de pesquisa enquanto ocorre essa transição incerta com a publicação de acesso aberto.

Clovis Ricardo Montenegro de Lima e Rose Marie Santini Oliveira, no III Congresso Online – Observatório para a CiberSociedade: conhecimento aberto sociedade livre de 2006, refletiram que "o compartilhamento de informações é uma forma privilegiada de interação social, que possibilita a construção de modos de organização inteligentes e generosos, e modos de produção que podem não depender dos interesses mediadores do capitalismo. O código aberto dos softwares livres é um exemplo de relação social produtiva, na qual a informação e o conhecimento podem ser produzidos, disseminados e usados de modo compartilhado. A combinação do código aberto com as licenças criativas garante que o processo de produção colaborativa não se interrompa com a apropriação privada dos seus produtos. Cria-se uma densa esfera de domínio público. As formas colaborativas de produção podem derivar da cooperação imanente ao trabalho imaterial em rede. Estas colaborações são particularmente importantes para a singularização da subjetividade e a produção de modos autônomos de vida".



Stevan Harnad, professor de eletrônica e ciência da computação na Southampton University, disse que o governo estava enfrentando uma conta cara no apoio ao acesso aberto de ouro sobre o modelo de acesso aberto verde. Ele disse que universidades e financiadores de pesquisa tinham sido os líderes mundiais no movimento rumo ao acesso "verde" aberto que requer pesquisadores de auto-arquivamento de seus artigos de revistas na web, e torná-los livres para todos. As recomendações do Comité da professora Dame Janet Finch, uma socióloga da Universidade de Manchester, olham superficialmente como se estivesse apoiando o acesso aberto, mas na realidade eles são muito preconceituosos em favor dos interesses da indústria editorial sobre os interesses de pesquisa no Reino Unido". Interesses econômicos versus conhecimento e liberdade. Quem vai ganhar?



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Como escolher as palavras-chave relevantes para o sucesso de sua pesquisa?



O Google está apostando em um novo e recente curso online gratuito sobre o seu próprio sistema de busca e como ele pode ser otimizado, a partir do ensinamento dos seus inúmeros recursos: Power Searching with Google. Não basta apenas digitar uma palavra qualquer e esperar um milagre. O Google é um sistema fácil de usar, no entanto como todo sistema ele possui regras e quando aprendermos quais são e como utilizá-las teremos uma grande chance de obter maior sucesso em nossas pesquisas.

As aulas serão ministradas pelo cientista sênior do Google Dan Russell, que demonstrará como melhorar as buscas utilizando corretamente as várias ferramentas disponibilizadas pela empresa, incluindo o Google Groups, Google+ e Hangouts. O curso terá seis aulas de 50 minutos, nos dias 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de julho, com atividades interativas para praticar as novas habilidades e com especialistas para tirar as dúvidas dos alunos.

Uma das lições mais importantes do curso é a que ensina sobre como escolher palavras-chave ou sinônimos relevantes em sua pesquisa para garantir resultados satisfatórios.


A maioria das pessoas apenas digita alguma coisa no Google, mas não reflete sobre o que realmente está tentando encontrar. Dan Russell propõe alguns passos para serem seguidos ao realizar uma pesquisa:

Pense sobre o que você está tentando encontrar
Escolha palavras que você pensa que irão aparecer nos resultados
Tente pensar como o autor do conteúdo que você está buscando, que palavras ele escolheria?

Dan dá um exemplo de um pai cujo filho quebrou o braço e ele quer procurar sobre o assunto para ajudá-lo a se recuperar depois de ter ido ao hospital. Então esse pai digita “braço quebrado” no Google, mas os resultados não correspondem ao que ele precisa. Dan sugere que esse pai digite algo mais relacionado aos termos médicos, como por exemplo, “fraturas”.

Outro erro comum é usar uma frase longa com várias palavras apenas para tentar descrever um conceito simples. Todas essas palavras irão atrapalhar a busca, trazendo resultados variados com essas palavras, mas a máquina não vai entender a frase como nós entendemos. É mais fácil enxugar a frase até encontrar o conceito que a representa, não?! :) Às vezes é preciso fazer de uma até três buscas para realmente encontrar esse conceito e ter sucesso na pesquisa, lembrando sempre que uma pesquisa não é um milagre, é um conjunto de ações que seguem algumas regrinhas.

Assista o vídeo e acompanhe o processo de pesquisa usado como exemplo por Dan Russell e veja como ao seguir os três passos acima podem facilitar a busca.


Power Searching with Google Lesson 2.1. Três passos básicos para um boa pesquisa! :)


O Curso Power Searching with Google também oferece um fórum para os alunos discutirem assuntos ou dúvidas e uma página no Google+.

Quer saber mais sobre o curso, leia nosso artigo “Aprendendo a aperfeiçoar suas buscas no Google: o que tem por trás do retângulo mágico?”




quarta-feira, 11 de julho de 2012

Aprendendo a aperfeiçoar suas buscas no Google

O que tem por trás do retângulo mágico?


O Google está apostando em um novo e recente curso online gratuito sobre o seu próprio sistema de busca e como ele pode ser otimizado, a partir do ensinamento dos seus inúmeros recursos: Power Searching with Google. Não basta apenas digitar uma palavra qualquer e esperar um milagre. O Google é um sistema fácil de usar, no entanto como todo sistema ele possui regras e quando aprendermos quais são e como utilizá-las teremos uma grande chance de obter maior sucesso em nossas pesquisas.

As aulas serão ministradas pelo cientista sênior do Google Dan Russell, que demonstrará como melhorar as buscas utilizando corretamente as várias ferramentas disponibilizadas pela empresa, incluindo o Google Groups, Google+ e Hangouts. O curso terá seis aulas de 50 minutos, nos dias 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de julho, com atividades interativas para praticar as novas habilidades e com especialistas para tirar as dúvidas dos alunos.

Dan Russell

O curso é online, conta com recursos em vídeo, texto e ilustrações. Está dividido em seis lições com pequenos testes ao final de cada uma, os quais somam uma pontuação ao teste final. O objetivo dos testes é oferecer ao aluno uma maneira de autoavaliação, onde ele poderá perceber o que não foi entendido, o que precisa ser melhorado e o que se conseguiu compreender de todo o conteúdo oferecido.

Antes de começar o curso o aluno precisa responder um pequeno questionário que irá avaliar as técnicas de pesquisa e o que se sabe sobre elas. Essas questões irão ajudar o Google a entender como as pessoas têm utilizado a ferramenta e quais são as principais dificuldades, o que servirá de base para o aperfeiçoamento do curso.

O curso é composto de seis aulas:

Como o Google trabalha
Estendendo o que você sabe
Técnicas avançadas
Encontrar fatos mais rapidamente
Verificando os fatos
Juntando tudo

Cada classe é composta por cinco lições. Dentro de cada lição há um vídeo curto seguido de uma atividade de hands-on que permite que você experimente as técnicas discutidas. As atividades não são obrigatórias, mas é recomendável que o aluno utilize-as como uma oportunidade para aplicar o que foi visto no vídeo. 

“O curso inclui duas avaliações, que são necessários se você quer ganhar o certificado de conclusão. Há um meio-termo após três classes, ⅓ valor de sua pontuação final, e outra avaliação após a Aula Six, ⅔ valor de sua pontuação final. Você deve obter uma pontuação global de 70% para passar. Como o objetivo é para você ser capaz de encontrar o que você precisa ainda mais eficiente e eficaz, você pode tomar as duas avaliações quantas vezes você quiser. Apenas a sua pontuação mais recente contará”. Dan Russell (chefe de qualidade de busca e satisfação do usuário)


O Google é um filtrador

A filtragem consiste em estabelecer um foco para os resultados relevantes, tentando “afunilar” esses resultados ao menor número possível e com a maior relevância. Bibliotecários aprendem em suas aulas sobre indexação (ou representação temática, é a ação de descrever e identificar um documento de acordo com o seu assunto) algo interessante sobre ruídos e silêncio durante uma pesquisa. Vamos explicar direito o que é isso. Imagine que você está diante do Google, você digita “maçã”. Depois da varredura o sistema recupera dados e lança na tela 544 páginas com resultados. 



O sistema entendeu que você queria maçã e trouxe documentos sobre nutrição, Steve Jobs, festas juninas e maçãs do amor, cor de batom, maçã do rosto, bochechas, Newton e etc. Essa é uma pesquisa cheia de ruídos, informações irrelevantes e parasitas, ou seja, a pesquisa não está focada, está muito abrangente. Então você resolve mudar o que digitou na caixa de busca e digita “Cultivo de maçã no Panamá”. O sistema traz então 100 resultados, mas nenhum sobre o cultivo de maçãs no Panamá. Silêncio total, você não obteve o que procurava, o sistema não respondeu o que você queria porque os profissionais que indexaram as palavras-chave em cada documento sobre esse assunto, devem ter escrito outro termo sobre o cultivo de maçãs, como cultivos de pomares, agricultura, ou o nome científico da fruta, etc. Ocorre aí uma falta de entendimento sobre como os usuários irão procurar por determinado assunto e como o profissional indexador entendeu que deveria identificar o documento.

Assegurar o entendimento da terminologia utilizada pelo usuário, documentos e indexadores, procurando reduzir o ruído no processo de recuperação da informação. As estruturas quando bem trabalhadas promovem uma maior “precisão” na busca por um material e diminui ou elimina o ruído.

Assim funciona o Google, uma caixinha de busca. Por trás da telinha “mágica” estão profissionais que tentam aperfeiçoar a indexação de todo o conteúdo, descrevendo-os da melhor maneira possível prevendo a intenção do usuário. Mas é claro que se o usuário não souber utilizar corretamente todos os recursos da busca, ficará mais difícil. 

Estamos falando aqui sobre Web Semântica. Não se assuste, é mais simples do que imaginamos. Trabalhoso, mas o conceito é simples: A web semântica estuda como a significação de termos pode ser indexada na web por sistemas de busca diversos garantindo agilidade, qualidade e harmonia no entendimento entre máquinas e humanos. Para isso é preciso contextualizar cada termo em sua área do conhecimento, época, público etc. Utilizando o exemplo anterior é como se eu pudesse fazer a máquina entender que quero recuperar da Web documentos que tratem sobre o cultivo de maçãs no Panamá e somente isso, sem Steve Jobs, sem festas juninas e nenhuma outra interferência negativa nos resultados.

 


Power Searching with Google Lesson 1.3: Como o Google realmente funciona! :)


Clique no símbolo CC em vermelho, depois em "Traduzir legendas" e escolha o idioma "português" e clique em OK. 

Vamos acompanhar o que vai rolar nas lições e comentar aqui no InovarEduca, fique de olho! = )











terça-feira, 10 de julho de 2012

SEMINÁRIOS

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Seminário Nacional de Educação Integral: Experiências que transformam

Tema: As transformações sociais que contribuam para a realização de várias modalidades de educação integral. 

Quando: 03/08/2012, das 9h às 18h

Onde: São Paulo/SP.


Mais informações no site, clique aqui


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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nem sempre se perde quando não se ganha


Hoje completam-se 80 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, movimento paulista contra o golpe de Estado que empossou o presidente Getúlio Vargas, a data cívica mais importante de São Paulo. Muitos acreditam que esse evento foi o maior movimento armado que já se registrou em território brasileiro, bem como possivelmente a maior mobilização popular já ocorrida na história do País.



A Revolução de 1932 queria o fim do governo provisório de Getúlio Vargas e o estabelecimento de nova Constituição. Foi uma resposta paulista à revolução de 1930, que impediu a posse do governador de São Paulo, Julio Prestes, como presidente da República. A revolução explodiu em 23 de maio, mas só seria irrompida em 9 de julho de 1932. 

Na manhã de 10 de julho, a cidade heroica de São Paulo era um único cérebro e uma única alma.
(Menotti del Picchia)

Após a morte dos quatro estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, a sigla MMDC (iniciais dos estudantes) surgiu como o grande símbolo da revolução. As tropas rebeldes se espalharam pela cidade de São Paulo, ocupando suas as ruas, enquanto uma multidão sai às ruas em seu apoio. A imprensa paulista toma partido dos revoltosos. Embora todo o Estado esteja munido pelas tropas paulistas, as tropas federais revelam-se muito maiores e mais fortes. Seria necessário a adesão de outros estados para fortalecer a revolução, mas isso não ocorreu.

Após três meses de luta, em 02 de outubro, os paulistas se renderam deixando para trás mais de 830 mortos e iniciando uma série de prisões, cassações e deportações. Apesar da derrota paulista, em 1934, uma assembléia eleita pelo povo promulga a nova Carta Magna.



Em 1964, o dia histórico quase foi apagado da memória, e o feriado foi abolido, somente sendo reintegrado ao calendário de comemorações cívicas paulistas, em 1995, por Mário Covas, então governador.

"Nas palavras de Menotti del Picchia secretário de estado naquela época - São Paulo não pedia à federação um bem que de direito lhe pertencia. Tomava com suas próprias mãos o que era seu. Para ele, tratava-se de um ciclo social determinado pelas transformações radicais que a sociedade industrial nascente trazia. Era a ruptura indispensável para a instalação de uma nova ordem. Ciclos da evolução social, formados por ordem, anarquia e costume, cultura, caos e civilização, senhores, revolucionários e herdeiros. Ordem enquanto iniciação e fixação de um ciclo economico e social adaptado às condições de vida do agregado. Anarquia – ruptura da ordem anterior pela ausência de um reajustamento entre os novos processos de coexistência determinados por inéditos fatores economicos e noas descobertas da técnica. Costume – pacificação da sociedade dentro da utilização dos novos processos". (Fonte)

E o que é que fica na história, não só de São Paulo, mas dos brasileiros? 

Exigir direitos e promover uma mobilização popular, em tempos digitais, é possível sim! Com a popularização da internet a comunicação distribuída torna a todos seres autônomos e poderosos. "Todas as mudanças são modestas e se espalham pelo mundo, e por isto, não devemos nos desesperar. O pior nunca é uma certeza." EdgarMorin 




Cerca de 80.000 mil pessoas ocuparam as ruas de São Paulo em protesto contra a corrupção que impede nossa educação de se desenvolver. Desde maio, estamos diante da maior paralização já realizada no país, com adesão de 95% das universidades federais brasileiras. Entre as reinvindicações principais estão a reestruturação da carreira dos docentes, o reajuste salarial e a melhoria do processo educacional em todo o país.

Já para o dia 07 de setembro de 2012, o movimento Basta Brasil propõe uma marcha nacional contra a corrupção. Nas redes sociais, são mais de 48 mil adeptos. Mas em um país onde se acostumou a receber da mídia as notícias em primeira mão, vivemos na ilusão de que se a tv não anunciou então não existe. E assim tem sido com o Google em nossas buscas desastradas, se não está no Google não existe. Até quando vamos ignorar o poder da mobilização popular, principalmente com a apropriação intensa da internet e das tecnologias móveis? 


Novo Tempo - Ivan Lins


Veja aqui o infográfico sobre a revolução e dicas de passeios para esse feriado, publicado pela Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A forma como entendemos o mundo está mudando

A Criação de Adão de Michelangelo - Capela Sistina


Os deuses traziam a chuva, o sol, ficavam felizes ou irados. A terra já foi quadrada. Plutão já foi um planeta. A viagem à lua foi desacreditada, era muito para a crença de alguns. Não, definitivamente não usamos apenas 10% do nosso cérebro, usamos tudo. O átomo era a menor parte da matéria. E sim um raio pode cair várias vezes no mesmo lugar. As coisas mudam, porque mudamos e aprendemos mais! Manter a mente aberta é fundamental. Pontos finais servem apenas para concluir frases e tornar a leitura agradável, mas não impede que novas palavras e orações sejam acrescentadas. Sempre é possível outra edição de uma obra, uma descoberta reveladora, inovar e aprender com os erros.

Uma partícula teorizada por anos, a Boson de Higgs, apelidada de “a partícula de Deus”, seria responsável para que a humanidade pudesse entender como se constitui matéria. Em nossa linguagem mais leiga é o mesmo que descobrir mais ou menos como “alguma coisa pode surgir aparentemente do nada”, assim como o universo e todas as coisas dentro dele, inclusive nós. Tudo é feito de partículas.

Fonte

O nome Bóson corresponde a uma classe de partículas subatômicas previstas no Modelo Padrão e Higgs é um dos cientistas que contribuíram para a elaboração dessa teoria na década de 1960. O cientista escocês é Peter Higgs e não esperava que a existência da partícula fosse comprovada enquanto ele estivesse vivo, mas aos 83 anos compareceu ao evento da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) onde os resultados foram apresentados.

© CERN 2012

No site do CERN, a assessoria de imprensa explica o fenômeno: “O próximo passo será determinar a natureza exata da partícula e sua importância para a nossa compreensão do universo. Será, conforme o esperado, o tão procurado Bóson de Higgs o ingrediente final que estava faltando no Modelo Padrão da física de partículas? Ou será algo mais exótico? O Modelo Padrão descreve as partículas fundamentais que nós, e cada coisa visível no universo, somos feitas, e as forças que atuam entre eles. Toda a matéria que se pode ver, no entanto, parece não ser mais do que cerca de 4% do total. Uma versão mais exótica da partícula de Higgs pode ser uma ponte para o entendimento de 96% do universo que ainda permanece obscuro”.

Quer saber mais sobre a evolução das partículas? Veja esse infográfico. =)

Se a nossa compreensão acerca do universo está prestes a mudar, o que dizer então da nossa compreensão acerca de tantos outros fatores que temos aceitado de maneira inerte e resistente?

Fonte



Quer um exemplo simples? Para entender um assunto tão complexo e que está fora da área de conhecimento de muitas pessoas, um pouco de animação e criatividade ajudaria, não? Então assista esses vídeos e veja como tudo vai ficando mais simples e mais gostoso de entender. Ah, se todas as escolas pudesse trabalhar dessa forma não é mesmo? Mas estamos chegando lá, a capacidade criadora e inovadora do ser humano não se contenta calada. E a web é o grande rio para onde afluem as mentes inquietas! Divirta-se!


Explicação do campo de Higgs relacionando com o bóson de Higgs 


O Secreto Charme do Bóson de Higgs





quarta-feira, 4 de julho de 2012

FÓRUNS

“As Artes e Manhas da Criatividade” – Fórum Internacional de Criatividade e Inovação


Participe do maior Fórum de Criatividade e Inovação no Brasil. Serão 3 dias de muita informação, 30 palestras, vários papers, Workshops e excelente network criativo.

O Fórum Internacional de Criatividade e Inovação é reconhecido internacionalmente, contando com a presença de profissionais de diversas áreas para compor o nosso quadro de palestrantes.

O Evento conta com excelente estrutura para proporcionar uma experiência rica e única para seus participantes, o nível do Network gerado nesse ambiente é surpreendente, atividades, palestrantes dos EUA, Canadá, Portugal e nomes de grande valor nacional.


Quando: de 01 a 03/08/2012

Onde: Universidade Tiradentes, em Aracaju/SE.

Mais informações no site: http://www.criatividadeeinovacao.com.br/


Inscreva-se aqui.

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M-E-T-A-M-O-R-F-O-S-E

Sobre o encontro com Edgar Morin no Sesc Consolação



"O brilho do fogo no alto, no céu, tem um longo alcance, iluminando e tornando manifestas todas as coisas (IChing) - Que o brilho e a vitalidade das ideias de Edgar Morin, aos 91 anos, em sua palestra ao vivo no Sesc ontem a noite, ilumine o dia de todos nós. Uma nova ordenação é necessária, que é mais do que uma simples reforma. Trata-se de uma metamorfose que se estende a todos os setores da existência, ao mesmo tempo. Vida pessoal, social, profissional, econômica, moral, política e espiritual - todas as dimensões terão que encontrar novos padrões, por mais improvável que isso possa parecer. É no território do improvável, do impossível de hoje que o novo surge com toda sua força. Então, mais do que nunca, desafiar o estabelecido é preciso". Daisy Grisolia, pesquisadora na área de educação e tecnologia.

Edgar Morin nasceu em Paris, em 1921, é um sociólogo e filósofo francês. No dia 03/07 Morin tratou sobre o tema “Consciência Mundial: por um conceito de desenvolvimento para o século XXI” no Sesc Consolação, em São Paulo/SP.

Em uma era onde se pode ter acesso a tudo, os saberes estão dispersos. Os seres humanos também. Morin nos alerta para a falta de unicidade da espécie humana e um individualismo exacerbado que leva a uma morte lenta da solidariedade. O coletivismo é interação, contato, conversação e essas são as melhores maneiras para que possamos lidar com os medos, as angústias múltiplas e os problemas da vida. A reflexão de Morin está relacionada ao que Zigmunt Bauman trata em seu livro “Modernidade Líquida”, em que nos diz que as pessoas têm procurado por exemplos e não mais por líderes, querem resolver tudo sozinhas, tornarem-se autossuficientes. Existe uma grande dificuldade em transferir as questões privadas de interesse público para a esfera pública. No entanto, uma parte considerável de pessoas já percebeu o perigo e entendeu que uma “sociedade em rede” precisa do trabalho coletivo, do compartilhamento, de comunidade de união. 

“Se você não procurar o inesperado, você não o encontrará”. Heráclito

Toda mudança causa medo, mas Morin nos relembra que no passado a humanidade mudou de caminho várias vezes. “'Todas as mudanças são modestas e se espalham pelo mundo, e por isto, não devemos nos desesperar. O pior nunca é uma certeza”. As três maiores religiões do mundo iniciaram-se a partir de mensagens isoladas, individuais que conquistaram o mundo. A tendência em continuarmos inertes é que o planeta caminhe para uma catástrofe e um abismo de egos. Precisamos reaprender a resolver problemas básicos (tanto das nossas vidas quanto problemas mundiais socioeconômicos) que dependem do trabalho em equipe e do olhar pela janela, uma janela que pode ser a tela de um computador, mas com um propósito diferente do que apenas seguir a maré. Exemplo disso foi o recente RIO+20, um fracasso já esperado devido a ausência de consciência dos estados acostumado a olhar somente para o próprio umbigo. 

“A internet é a oitava maravilha do mundo. Fantástico receber esse riquíssimo conhecimento, sem sair de casa. (...) A internet não deve eliminar o mestre, o professor, o contato, o afeto deve continuar, uma relação de troca de conhecimento. Com certeza algo de novo surgiu no planeta com a Internet, uma espécie de sistema neuro-cerebral - essa força desenvolve o melhor e o pior. A internet é ambivalente. Isso nos obriga a sermos mais vigilantes e inteligentes para desenvolver o melhor e não o pior dela”, diz Morin.



Esse novo tipo de sociedade, tão necessário, começa por nós. Estamos mal acostumados a esperar a mudança de fora, a esperar que alguma mídia noticie em primeira mão e legitime depois para que aceitemos submissos. Desde cedo entramos na sociedade e começamos a ser domesticados - socialmente domesticados. "As crianças passam por uma domesticação sociológica, o que adormece as suas capacidades criadoras”. Todos os pequenos riachos desaguam em um grande rio. Precisamos fluir para um grande rio de águas coletivas, encontrar forças criadoras, sintonizar com as mudanças disruptivas e caminhar lado a lado, parar de correr e competir cegamente. Muita gente não sabe por que está correndo ou para onde. Alguém começa a correr e todos de repente estão fazendo o mesmo. Estamos perdendo a visão do horizonte.



"Estamos usando as fantasias dos nossos avós. Ou trocamos de roupa e nos salvamos, ou fingimos que não é conosco e deixamos para a próxima geração". - Lígia Batista (1988)

E então, vamos continuar parados?



Assista o vídeo completo da palestra feita por Edgar Morin, no Sesc Consolação no dia 03/07/12. Clique aqui.






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