sexta-feira, 22 de junho de 2012

O futuro a nós pertence

Os estudantes estão mudando e as universidades não



A discussão a seguir é parte de uma proposta de texto com Johns Hopkins University Press, onde os autores George Siemens, Dave Cormier e Bonnie Stewart tratam do futuro do ensino superior. Considerado um dos pais do Conectivismo, teoria que dialoga com a aprendizagem na era digital, onde todos se conectam com tudo e todos. O interesse pela exploração das possibilidades pedagógicas das novas TICs levou George e Stephen Downes (Institute for Information Technology's e-Learning Research Group, no Canadá) a proporem o conectivismo, que apresenta um novo paradigma de ensino-aprendizagem. 

No artigo “The future of higher education and other imponderables”. George interessou-se por esse assunto quando trabalhava no Red River College, no final de 1990, em que os estudantes podiam usar laptop e os professores usavam Power Points em suas aulas. Em contato com essas novas tecnologias o resultado foi um acesso mais democrático a informação e também uma grande distração, professores e educadores precisavam consertar isso. Apenas inserir a tecnologia em sala de aula não basta e George percebia isso claramente. Quem promoveu a mudança? Os estudantes.

Sim, os estudantes apropriaram-se das novas ferramentas e têm realizado coisas fascinantes, no entanto as faculdades utilizam as mesmas ferramentas apenas como abordagem para divulgação e propaganda de sua “atualização”.

                                   

“Desde a minha experiência no Red River College, passei um pouco de tempo viajando e falando sobre as mudanças no conhecimento, aprendizagem, ensino, tecnologia e, por extensão, sobre o sistema de educação. Na última contagem, eu fui a mais de 30 países e tenho interagido com universidades, presidentes, academias, ministros europeus de educação, pesquisadores, iniciativas nacionais de investigação, docentes, estudantes de pós-graduação, estudantes no geral, e muitos outros. Os padrões de mudança no ensino superior são surpreendentemente semelhantes e globais. A narrativa, no entanto, mudou significativamente ao longo dos últimos anos. O discurso de mudança é hoje dirigido por empreendedorismo, a incorporação de critérios de sucesso do negócio, e a globalização do campo”. (George Siemens)

As universidades, professores e educadores não estão no comando das mudanças e a academia está, em grande parte, despreparada para integrar novas tecnologias e metodologias de ensino-aprendizagem às unidades de ensino. Os recursos organizacionais estão fluindo intensamente fora das universidades, a fim de preencher as lacunas devido à fraca liderança. Bom para as startups, empresas pequenas que surgiram em grande quantidade e rapidez com a popularização da internet, ligadas ao desenvolvimento de ideias inovadoras, que foram espertas o suficiente para antecipar a habilidade e a falta de capacidade no ensino superior. 

                                   

A educação pode ser dividida em cinco áreas de funcionalidade que estão sendo impactadas por uma constelação de pressões de mudança sem precedentes, em que o ensino superior está se fragmentando. As cinco áreas são as seguintes:

Conteúdo e currículo
Ensinar e aprender
Credibilidade e avaliação
Investigação e divulgação
Administração e liderança

Nesse documento, resultado da UNESCO 2009 World Conference on Higher Education, Altbach, Reisberg, e Rumbley nos alertam que "A mudança é tão inevitável quanto a passagem do tempo, mas a linha do movimento no mundo moderno parece estar acelerando e apresentando desafios do ensino superior cada vez mais complexos, a cada década que passa.

A Universidade de Virgínia diz que “O Conselho acredita que esse ambiente exige um ritmo muito mais rápido de mudança na estrutura administrativa, na governança, no desenvolvimento de recursos financeiros e na priorização e alocação de recursos. Nós não acreditamos que podemos manter nosso padrão atual com um modelo de mudança. O mundo está simplesmente se movendo muito rápido”.

Os problemas que envolvem a educação são principalmente de carácter econômico, e surgem num contexto de rápida mudança tecnológica, por isso é de surpreender que a tecnologia é vista como uma solução para curar os males do sistema.

Clique aqui e veja a segunda parte dessa discussão e um vídeo de George Siemens.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

O InovarEduca agradece a sua visita, participe sempre! :)

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...